quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Confucionísmo


Confúcio nasceu em 551 a.C., no pequeno estado de Lu, situado na atual província do Shandong e governado por descendentes do duque de Zhou, importante governante e filósofo. É quase certo que Confúcio pertencia a uma família aristocrática e, por certo período, teria exercido algum cargo público; mesmo assim, viveu sempre em humildes condições e aprendeu atividades manuais que eram desprezadas pelos nobres. Consta também que foi um dos primeiros professores profissionais da China e que vários de seus discípulos ocuparam cargos relevantes na administração estatal. Pela metade de sua vida, viajou para o norte, tentando persuadir os senhores feudais a governar conforme seus ensinamentos, mas não teve grande sucesso, embora fosse respeitado por todos.

O que hoje conhecemos do pensamento de Confúcio encontra-se numa pequena coletânea chamada Lunyu ou discursos, que não é um tratado sistemático mas uma reunião de frases lembradas pelos seus discípulos e a ele atribuídas, que foram organizadas num volume, alguns anos após sua morte. O texto atual, porém, seria o resultado de outras elaborações do séc. II a.C.

Um grande discípulo de Confúcio, morto em 479 a.C., foi Mêncio (371- 289 a.C.) que organizou sistematicamente os pensamentos do mestre.

Pensamentos de Confúcio

Confúcio declarava ser somente um repetidor da antiga via ensinada pelo duque Zhou e sustentava que era necessário voltar às origens da sociedade dos Zhou para resolver os problemas do seu tempo. Na realidade, ele foi um inovador dessas antigas teorias.

O pressuposto do pensamento confucionista é que o homem pode atingir a perfeição através da educação e, conhecendo o caminho dos antigos, chegar a uma vida virtuosa que lhe permita comportar-se corretamente, conforme seu papel na sociedade.

Entre as várias práticas rituais, privilegia-se o culto aos antepassados, considerado a base primordial da "religião dos chineses". Os mortos não se transformam em divindades mas são venerados como antepassados que ainda pertencem à família ou ao clã.

O culto é presidido pelo chefe da família ou do clã e realizado numa sala-templo ou simplesmente diante do altar, colocado no interior da casa, sobre o qual são expostas as tabuinhas com o nome dos antepassados.

Isso alimenta a piedade filial, que se prolonga além da morte, não somente como maneira de superar o trauma da dor, mas sobretudo, como maneira de reintegrar o defunto à unidade familiar: o antepassado continua sobrevivendo e tendo seu lugar nas gerações futuras.

O objetivo é perpetuar e reforçar a organização familiar e do clã, que poderia se perder com o passar do tempo e das gerações, mantendo viva, na consciência do indivíduo, sua pertença a um grupo histórico mais amplo.

Muito se discutiu sobre o verdadeiro caráter do culto dos antepassados, isto é, seria ele simplesmente um rito civil, com a função de manter a unidade familiar, base da sociedade chinesa, ou teria também um significado religioso, favorecendo uma experiência mística de comunhão com o espírito dos mortos?


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